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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

FURORE


 


A "Costiera Amalfitana" há alguns anos é um dos endereços, italianos, mais procurados e visitados pelos turistas brasileiros.
 
 
 

Positano, uma das mais belas aldeias da região, parece enfeitiçar os nossos patrícios.

Zefirelli e Sofia Loren descobriram a magia do lugar há 40 anos, mas, com a invasão da turma da "Coca-Cola-Pizza-Arroto e Fuga", se mandaram faz tempo.

Conheço a "Costiera Amalfitana" desde os anos 1980.

 Retornei à região varias vezes, mas agora, como sempre acontece quando o lugar se transforma em meta do turismo farofeiro, nem me passa pela cabeça revisitá-la.
 

"Meu mundo italiano" está diminuído, mas ainda há bons e maravilhosos endereços que o turismo de massa não descobriu.

Mas voltemos à Costiera Amalfitana.

Quem acha que em Amalfi, Maiori, Minori, Positano, Ravello Atrani etc. há somente, pizza, limoncello e spaghetti alle vongole está redondamente enganado.
 

Na "Costiera" há Furore, seu pequeno fiorde e o vinho da Marisa Cuomo.

Furore é uma aldeia singular.

Localizada nos montes, que caem ao mar, Furore não possui ruas ou avenidas.
 

 Suas casas se espalham pelo território sem uma lógica urbanística e sem o clássico centro histórico que caracteriza as aldeias da região.

Marisa Cuomo e seu marido Andrea Ferraioli são proprietários de 10 hectares, nas íngremes encostas de Furore, nos quais produzem vinhos tintos, com as uvas Aglianico e Piedirosso e branco com as autóctones Falanfghina, Bianconello, Fenile, Ginestra e Ripoli.
 

Pouco mais de 50.000 garrafas são produzidas, pela vinícola, por ano.

Não vou comentar o badalado, multi-premiado e caríssimo (45/60 Euros) "Furore Bianco Fiorduva", que já foi considerado pelos critico$ o melhor vinho branco da Itália, quero escrever algumas palavras sobre o bom e bem mais barato, "Costa D'Amalfi Bianco".
 

Já havia provado, na propria Costiera Amalfitana, o Costa D'Amalfi e o vinho me impressionara, me entusiasmara, até.

O "Costa D'Amalfi Bianco", apesar de custar um terço, do seu irmão mais badalado, com 15 Euros na etiqueta, não é exatamente um vinho popular, na Itália.

É preciso lembrar que a Itália não é Brasil e os italianos bebem, diariamente, bons vinhos que custam 5/8 Euros e antes de desembolsarem 15 Euros pensam quinze vezes....

Encontrei o "Costa D'Amalfi Bianco" em um supermercado "Esselunga" que tem como característica, uma ótima seleção de vinhos em suas prateleiras.

Promoção de final de ano, descontos interessantes.....

Consultei meu cartão, que deu o OK, e comprei algumas garrafas de Ghemme, Pinot Bianco, Champagne e Costa di Amalfi.

Todos os vinhos, a seu tempo, serão comentados, mas agora meu alvo é o Costa D' Amalfi Bianco que apresenta uma bela cor amarela com reflexos esverdeados.

No olfato é possível perceber a presença de ervas aromáticas e claros indícios minerais.

Na boca e fresco, agradável, lembra cítricos e possui um longo final.
 

O Costa D'Amalfi Bianco é um belo vinho que vale todos os 15 Euros gastos.

Confira

Bacco

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

OS 12 ANOS DO CALAMAR


 


Em 2002 acreditei na conversa melíflua do calamar e o votei.

Pensei que o discurso moralizador do pt se alastrasse, sob seu comando e varresse, para sempre e para longe, do Brasil, a corrupção.

Deu no que deu.....

Dois fatos, logo nos primeiros meses de seu mandato, me convenceram que eu havia feito o papel do otário.

Um grande amigo, ministro do STJ, três meses após a posse do cefalópode, durante um almoço e sem meias palavras afirmou: "Você está iludido..... O lula é uma fraude".

Quebrei o maior pau e elevei a voz em defesa do recém empossado.

Pouco tempo depois, o invertebrado, selava um acordo com o sarney.

 
Em outro almoço tive que baixar a cabeça e admitir: "Você estava certo o cara é uma fraude".

B&B é um blog de vinho ou política?

Vinho, mas toda esta conversa mole é para declarar que acabei de abrir uma garrafa de um dos meus Champagne favoritos: "Le Mont Benoit Extra Brut" do Emmanuel Brochet.

O "Mont Benoit" vinificado com 40% de Meunier, 35% de Pinot Noir e 25% de Chardonnay é uma jóia enológica.
 

Aromas sutis de frutas cítricas e leves notas de madeira são facilmente percebidas no nariz.

Na boca é elegante, fresco e um longo final que não disfarça a presença da amêndoa.

O grande "Mont Benoit Extra Brut" não foi barato (38 Euros), mas não poderia encontrar uma taça melhor para brindar à pena, dos 12 anos e um mês de prisão, imposta à maior fraude que apareceu na política brasileira.

 
Cin Cin

Bacco

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

MEDALHAS,MEDALHAS,MEDALHAS


Quando descobriram que comer mais que o necessário, ficar o dia todo jogando video-game deitado e trancado em casa, contribuía para aumentar, de forma impressionante, o número de "crianças-bolhas" e gordas, em boa parte do mundo, algumas organizadoras de corridas de rua resolveram abrir competições para meninos e meninas.

O legal dessas corridas é ver gordinhos sendo humilhados pelos "pernilongos" que os deixam, invariavelmente, para trás.

As mães dos pesos pesados se sentiam tristes com o desempenho e trauma dos infelizes toneladas
 

 Os organizadores perceberam que perderiam clientes, digo, crianças para as futuras corridas e deram um jeito nisso... Hoje, todos ganham medalha.

Para não deixar o gordo traumatizado resolveram dar medalhas para todos: Até o gordinho que chega último é medalhado.
 

 No judô, onde os gordos se vingam dos pernilongos-corredores e ganham todas as competições, há o inverso: para não traumatizar os mais magrinhos e perder clientes, todos ganham medalhas, também.

Há poucos concursos no mundo onde há somente um vencedor, ou 3 medalhistas.

Hoje na Formula 1 há pontuação até ao décimo colocado.

 Todo mundo ganha, mesmo perdendo.

Premiações para filmes, restaurantes, carros, livros, barcos, aviões etc. foram "inventados" para motivar as pessoas a comemorarem.

 Hoje, infelizmente, visam apenas acumular renda para organizadores e “premiados”.

Uma nova indústria nasceu.

 Da celebração e premiação, em um passe de mágica, chegamos à puxação de saco, distorção de números e franquias mil.
 

O setor de bebidas, vinhos em primeiro lugar, não poderia ficar de fora dessa picaretagem.

Não estava lá, mas posso imaginar as festas, em várias regiões da Europa, durante a comemoração da vindima (sempre "a melhor do século").

Comemoravam a vida, se embebedavam, namoravam a prima atrás das vinhas e das hortas... era só alegria.
 

Para aqueles que, hoje, estranham os 90 mil concursos de vinhos, especialmente aquela picaretagem que atende pelo pomposo nome e que distribui uma tonelada de medalhas (participou? Ganhou): "Concurso Mundial de Bruxelas", tenho notícias: Está confirmado que medalha dada (ops, obtida por um vinho) ajuda a vender, e muito, mais garrafas.

Recente pesquisa publicada pelos próprios organizadores (padece, portanto, de mais auditoria na veracidade) constata que na Bélgica o aumento médio das vendas, pós medalhas, é de cerca 18%, na Espanha e 20/ 30%, em Portugal (cuidado com as piadas redundantes) o aumento nas vendas vai até 40%.
 

Essa semana recebi e-mail de cantina italiana promovendo o melhor Rosato do Sul da Itália (me recuso fazer propaganda de picareta) e que tem Cabernet Sauvignon no corte.

Desconfiei e verifiquei que a vinícola foi premiada com mais uma medalha nesses concursos... imensa  cara de pau , mas que  , pelo jeito,  deve colar.

Cada vez que vejo uma garrafa com uma medalha penso que quem está levando, atrás da vinha ou da horta, sou eu, é você.... somos todos

Bonzo

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

BOCUSE E GIACOSA


 
2018 mal começou e já desapareceram dois "monstros" da eno-gastronomia: Paul Bocuse e Bruno Giacosa.

Aos 91 Paul Bocuse e aos 88 Bruno Giacosa deixam, em suas especialidades, um vazio difícil de preencher.
 

Os tempos são outros, as novas gerações mal sabem ou recordam o que fizeram os dois "monstros sagrados", mas sem eles a cozinha francesa não teria alcançado a atual importância e os vinhos das "Langhe" não atingiriam a hodierna excelência.

Bruno Giacosa nasceu em Neive, uma das capitais do Barbaresco , em 1929 , pouco saiu de sua região e talvez, por esta razão, ninguém conheceu, tanto quanto ele, as vinhas do território.
 

Avesso à propaganda, marketing e badalações, Giacosa, falou através de seus vinhos..... e que vinhos.

Seu Barolo "Vigna Rionda", e Barbaresco "Asili" foram e continuam sendo mitológicos.
 

Bruno Giacosa dificilmente será superado na elegância de seus vinhos e na simplicidade de sua personalidade.
 

Uma frase de Giacosa que resume seu caráter  e sua paixão pelo vinho: "Quando nasci, os primeiros perfumes que percebi foram aqueles do leite de minha mãe e do vinho do meu avô".

Bacco

 

 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

COREN VAI PARA O RALO


 


Ao ler a matéria, de Bonzo, "Champagne Vai Para o Ralo", quase tive um ataque.
 
 

Não somos somente Massimo Martinelli e eu que consideramos o Champagne o melhor vinho do mundo, há milhões de enófilos, espalhados pelos continentes, que se alegram à simples menção da palavra: Champagne.
É não é pra menos.... Muitos conhecem o Barolo, o Puligny-Montrachet, Cheval Blanc, Barca Velha etc., mas todos conhecem o Champagne.
 

Todos os Champagne são bons?

Não, mas, para mim, na média são os melhores vinhos do planeta.
O nosso amigo, Giles Coren, se quis chocar e aparecer, conseguiu seu intento, caso contrário, se acredita naquelas bobagens que escreveu, é um palerma total.
Pesquisado, com alguma seriedade, é possível verificar que os números de 2016 mostram a Itália como maior exportadora de vinhos espumantes do mundo.
 

A França vem em segundo lugar e a Espanha completa o trio campeão.
Os três países exportaram 91% de todos os espumantes europeus.
A Itália, então, é a campeã?
Em parte, sim.
No quantitativo, a Itália, foi imbatível, mas, enquanto as exportações italianas alcançaram 1,2 bilhões de Euros, as francesas, com um numero muito menor de garrafas exportadas, atingiram mais que o dobro: 2,9 bilhões de Euros.
 

Responsável pela enorme diferença?
A palavra mágica: "Champagne".
Enquanto os italianos vendem aquela "tremenda bosta", chamada Prosecco, por 2/5 Euros, os franceses pedem e conseguem 15/18 com o Champagne.
 

O nosso amigo Coren, que desentope pia com Champagne, como sempre acontece com os críticos, formadores de opinião, sommeliers, jornalistas etc., deve ter recebido uma bela grana dos produtores de Prosecco para escrever uma bobagem igual aquela.
 

Coren pode continuar despejando Champagne na pia e beber Prosecco
Eu vou brindar, ao palerma, com uma bela taça de "Thibaud Vesselle Grand Cru" produzido pela vinícola Alain Vesselle, na aldeia de Bouzy.
O "Thimbaud Vesselle Grand Cru" é vinificado com 50% de Chardonnay e 50% de Pinot Noir.
 

Alain Vesselle é um "Propriétaire Récoltant" o que significa que produz o vinho somente com uvas produzidas e colhidas por ele.
Já no nariz, o Champagne de Vesselle, com seus aromas sutis e delicados, demonstra o quanto os outros espumantes, ainda, estão longe....
As bolhas finas e persistentes fazem sorrir os olhos.
 Na boca...... bem, na boca é um festival de emoções (alô Roberto Carlos...) de elegância, persistência e prazer de beber.
O melhor: O Champagne "Thibaud Vesselle Grand Cru" me aliviou em 22, 90 Euros (R$ 92).

Espero e torço que o palerma, Giles Coren, continue se deliciando com o Prosecco.
Bacco

 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CHAMPAGNE VAI PARA O RALO


Giles Coren, colunista de restaurantes, do The Times (London), comemora o declínio, na Inglaterra, das vendas de Champagne e, sem meias palavra, afirma que Champagne, na casa dele, vai para o ralo.
 

Também comemora o mercado que o Prosecco tomou do Champagne.

Para ele o Champagne produz dor de cabeça e ressacas homéricas , custa muito mais do que vale, causa irritação estomacal, requer taças que não cabem na máquina de lavar pratos.
 

O mais surpreendente, todavia, é sua afirmação de que o Champagne tem qualidade pior que o Prosecco.

No mesmo artigo (link https://www.thetimes.co.uk/edition/comment/champagne-is-only-good-for-cleaning-drains-dnwvxfxlx ) chega à conclusão que ricos idiotas consomem lixo tais como lagosta, filet mignon, foie gras, ostras e até toro (atum gordo japonês).

Não sou rico e acho, também, que sou não idiota, mas adoro tudo isso.

Até consigo concordar que se o sujeito não souber cozinhar lagosta, filet mignon, ostras (leia-se tempero e processo corretos) pode estragar o prato.

Lagosta, por si só, tem muito pouco gosto; precisa de sal, manteiga, limão, cerveja na panela (método sueco) para ter algum gosto.
 

 Outro dia comendo sanduíche de bacalhau do Alaska percebi pouco ou nenhum sabor.

 O peixe tinha carne branca, perfeita, mas sem gosto.

 Um pouco de limão, molho tártaro e "aquilo" virou um paraíso.

Champagne é mais caro que Franciacorta (por que não descobriram isso ainda???), ótimos Cavas, cremants, mas é imperioso reconhecer que os produtores de Champagne souberam trabalhar direitinho a imagem do produto.
 

Milhões e milhões de garrafas são produzidas todos os anos e, ainda assim, sempre que pensamos em excelência e o Champagne que nos vem à mente.

Champagne é algo especial e sempre desejamos abrir uma nova garrafa... não importa se houve decepção nas  30 anteriores.

Mr. Coren, possivelmente, deve ter bebido o segundo melhor espumante do mundo, feito com carinho e primor lá na serra gaucha, e perdido alguns neurônios para falar tão mal de Champagne.
 

 No mundo da crítica, eno-gastronômica, há estrelas demais, estrelas que nem poderiam ser consideradas satélites

Há ótimas opções baratas, inclusive há num blog, se não me engano.... "baccoebocca", vários artigos sobre os grandes e desconhecidos Champagne

Bonzo


domingo, 14 de janeiro de 2018

OS TEIMOSOS



A tragédia, que o pavoroso Chardonnay da Pico Maccario, causou ao meu paladar,

me fez pensar: "quais razões levam os produtores, de tradicionais países vinícolas, como Espanha, Itália e Portugal, a introduzirem em seu território castas "internacionais" (francesas)?

Tentar conquistar uma fatia do olímpico mercado da Cote D'Or, Bordeaux, Rhône etc.?

Nem pensar....

Competir com os produtores do novo mundo, Austrália, África do Sul, Chile, Argentina etc.?

Idiotice,

Alcançar a qualidade, fama e preço dos vinhos franceses seria, até, possível..... Em 2.389.

Os enormes espaços agricultáveis, o baixo custo de produção, a possibilidade de inundar o mercado com enormes quantitativos (milhões de garrafas), qualidade não excelsa, mas razoável e constante, tornam a competição com o Novo Mundo totalmente inviável.

Como se todos esses argumentos não bastassem, os espanhóis italianos e portugueses teimam em produzir ridículos vinhos afrancesados que ,quando não são ridículos, são caríssimos.
 

Exemplo: Gaja & Rey, Monteriolo Coppo, Ca' Del Bosco.

Todos os vinhos acima mencionados custam mais do que muitos 1er Cru de Chassagne-Montrachet, Puligny-Montrachet, Meursault....

O que considero mais patético, na teimosia de afrancesar os vinhos, é saber que Itália e Portugal (Espanha não é minha praia...) são berços de centenas de grandes uvas autóctones.

Na Itália há, vinificadas, normalmente, quase 500.

Em Portugal, apesar do pequeno território, o numero de castas conhecidas e catalogadas, ultrapassa com folga 350.
 

Confesso minhas "portuguesas" limitações vinícolas, mas viticultores que possuem, por exemplo, a Rabigato, Encruzado e Alvarinho, não precisariam perder seu tempo com a Chardonnay.

O mesmo discurso pode ser aplicado para os viticultores italianos.

Quem, em seu território, pode contar com Verdicchio, Garganega, Trebbiano D'Abruzzo, Malvasia Istriana, Timorasso, Cortese, Fiano, Carricante e dezenas de outras magníficas castas, não deveria fazer o papel de bobo vinificando a Chardonnay.
 

A Verdicchio e Garganega, apenas duas como exemplo, em 40 anos , quando os viticultores entenderam que qualidade era mais importante do que quantidade, fizeram passos gigantescos e se aproximam da excelência que os franceses demoraram séculos para alcançar  

Um único problema: A ganância.

Ganância, típico comportamento das vinícolas brasileiras, parece ter contaminado os produtores de alguns vinhos de sucesso, Timorasso, em primeiro lugar.
 

Todos os produtores de Timorasso elevaram, demasiadamente, seus preços e o vinho, que podia ser comprado por 12/15 Euros, há três anos, hoje só é encontrado por 18/20 e até 50 Euros caso a garrafa seja do viticultor Walter Massa.

Massa parece ter feito um curso na Geisse, Carraro, Valduga etc.

A milésima queixa, a ladainha de sempre de Bacco contra os produtores "afrancesados"?

Se alguém tivesse bebido, assim como eu tentei beber, aquela "tremenda bosta" (obrigado Dionísio) que a Pico Maccario, sem nenhum pudor, chama de "Chardonnay", faria o mesmo.
 

Vamos deixar de afrancesar, mal e porcamente, os vinhos do velho continente.

Bacco

 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

2018....MAIS K-Y


 


Li, com atenção, a matéria de Bacco "O Vôo do Barolo" e algumas informações, ali postadas, continuam martelando em minha cabeça.

Bacco informa que os viticultores, produtores de uva Nebbiolo da Barolo, vivem, atualmente, o paraíso das vinhas e dos cachos.

http://baccoebocca-us.blogspot.it/2017/12/o-voo-do-barolo.html
 
 
 

O motivo, como sempre, é muita grana que entra no bolso.

Os produtores de uva comemoram o preço dos cachos de Nebbiolo que atingiu, em 2017, o preço de 5 Euros o quilo.

Os produtores de Barolo, por outro lado, comemoram o sucesso nas vendas, os depósitos vazios e os preços que voam.
 

Nunca o Barolo atingiu, na média, valores tão elevados.

Garrafas que, nos anos 1970, eram trocadas, no mercado de Alba, por uma ou duas galinhas, custam, atualmente, 25/30/40 Euros

Em tempo: a galinha custa, hoje, 2 ou 2,10 Euros o quilo.....

Como sempre, martela em minha cabeça, uma dúvida: Se a uva custa 5 Euros o quilo, se o hectare de vinhas, na DOCG Barolo, vale, em média, 600 mil Euros, se a mão de obra na Itália, é muito mais cara (os encargos trabalhistas, idem) se a qualidade do Barolo é imensamente superior, por que o "Singular Quase Nebbiolo" da Lídio Carraro custa o dobro, ou o triplo, do bom vinho piemontês? 

Resposta: Roubalheira!

No Brasil se instituiu a república da roubalheira: todo mundo, quando pode , rouba todo mundo.

Na foto abaixo será possível constatar que para produzir uma garrafa de "Vinho Ícone" no Brasil, são necessários R$ 15,82.

 

Vinhos ícones não são e, por razões obvias, nem poderiam ser grandes vinhos.

 São vinhos que, com dificuldade, superam a soleira do ridículo.

 Para alcançarem à suprema categoria nacional (Ícone) recebem uma bela roupagem (etiqueta refinada, garrafa bonita, caixa de madeira etc.), homenageiam um patriarca, ou matriarca da vinícola que os produz, são fartamente recomendados pelas canetas de aluguel de nossos critico$, $ommelier$$, formadore$ de opinião e, invariavelmente, custam os tubos. 

Vamos dar uma colher de chá aos predadores nacionais?

Vamos aumentar o valor do custo em 50%?

15.82 + 50% = 23,73 R$. É quanto custa produzir a mais cara garrafa de vinho nacional


A Carraro vende o "Singular Quase Nebbiolo" por modestíssimos R$ 258, ou seja, quase 1000% do que custa produzi-lo

Roubalheira total, né?

Veja a foto do Champanhe "Vesselle Grand Cru" sendo vendida por 22,90 Euros e depois pesquise quanto custa uma garrafa do "Cave Geisse Brut 2002" (será?).
 

Não recorda?

R$ 800,00!

Alguém conhece aquele Champagne quase desconhecido e produzido naquela região, também, quase desconhecida da França, o Dom Perignon?

Pois é.....
 

Veja quanto custa (R$ 556,00).
 

 Se você comprou o Cave Geisse 2002, por insultuosos R$ 800, está apto para receber o diploma de "Eno-Asno-Master"
 

Você não é roubado somente pelos políticos corruptos, pelo estado gastador e sempre faminto por dinheiro, há no Brasil, uma afiadíssima e invisível faca que, sem nenhum remorso, corta seus bolsos com precisão cirúrgica.

Mais um exemplo?

 Um café expresso, em qualquer bar da Itália, custa 1 Euro (4 R$).

No "Muquifo Frans", reduto de lobistas brasilienses de 5ª categoria, custa 5,40 R$.

Você já se perguntou quantos expressos podem ser produzidos com um quilo de café?

Vou ajudá-lo: 140/145.

Com um quilo de café a "Muquifo Frans & Cia de outros Ladrões" faturam R$ 770.

 

Cin-Cin, feliz 2018 e não se esqueça de comprar algumas bisnagas de K-Y, afinal o Brasil é o paraíso das enrabadas.....

Dionísio