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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

TURISMO-MASOQUISMO II



 

Se você acha que, ao deixar a imensa fila e a longa espera, fora do edifício onde se encontram os "Musei Vaticani", seu martírio terminou, está redondamente enganado: Ao ingressar no museu, novas e mais provações lhe esperam.
 
 
 
 

A visita organizada segue um rígido ritual.

Os grupos são autorizados a iniciar o percurso apenas quando os liberados, anteriormente, já percorreram algumas dezenas de metros.

O intervalo é necessário para evitar que os turistas-masoquistas tropecem uns nos outros.

Juro que tive a sensação de estar participando de um filme sobre os "lager" nazistas e sendo tocado, como gado, para as câmaras de gás.

 Um horror!
 

É impossível parar, mais do que alguns segundos, para apreciar, com maior cuidado, esta ou aquela obra mais importante.

O empurra-empurra é contínuo, implacável.

Depois de percorrer, a toque de caixa, longos corredores e já haver esquecido 90% dos quadros e esculturas vistos no início, eis que surge o ingresso da "Cappella Sistina".

"Não se pode falar alto, sem foto, sem filmagens, 15 minutos é o máximo tempo permitido para o percurso. Espero vocês na porta da saída".
 

O guia apenas informa e repete as exigências dos administradores.

Faturar é preciso!

Cotoveladas por todos os lados, espaço mínimo para circulação (fiquei imaginado como escapar, daquela arapuca, se acontecesse uma emergência),  pescoço doendo de tanto olhar para obra prima de Michelangelo e apenas 15 minutos para tentar (em vão) entender e apreciar as mais de 400 figuras representadas naquele teto.

Surfando, na onda humana, magicamente, me encontrei fora da capela em exatos 15 minutos.

Um conselho: Se quiser ver bem e com calma a "Cappela Sistina" abra o Google imagens......
 
 

Fome, sede, pés e pernas doendo, saco cheio e puto da vida.....

 Quando pensei que o martírio chegara ao fim fui obrigado a percorrer, ainda, os 45 altares e os mais de 20.000 m² da basílica de São Pedro.

Na enorme basílica, pelo menos, não havia empurra-empurra.....

Outro conselho: Mesmo que a fome atinja níveis insuportáveis, não se procure nem entre em nenhum restaurante nas proximidades do Vaticano (distância mínima: 500 metros): São caros, deploráveis e a comida é uma tremenda bosta.
 

Para enterrar Roma, com uma pá de cal, terminei o dia tentando rever à "Fontana di Trevi".

Quem, em sua mente, guarda as imagens de Anita Ekberg e Marcello Mastroianni, naquela famosa cena de "La Dolce Vita", vai enfartar.
 

Alcançar a parte inferior do monumento, aquela em que de costas se jogava a moedinha (lembram do "Three Coins in The Fontaine"), é tarefa para valentes e destemidos.

Tirar uma foto da "Fontana" sem a presença de outras 1.000 cabeças além da sua?

Nem pensar...

Alguns guardas, que controlam o fluxo e com seus apitos, parecendo juízes de futebol, tentam organizar aquela tremenda zona.
 

Impossível: A multidão é incontrolável.

Juro que, no meio daquela barulhenta massa humana, me senti ridículo.

A última etapa do meu calvário romano: O Coliseu.
 

Não vou comentar a visita ao mais emblemático monumento da cidade, mas, desejei, por um momento, naquela fila, naquele empurra- empurra, naquele sol, voltar no ano 80 DC e ver todos os turistas devorados por leões.

Esta é uma demonstração da verdadeira amizade...... aos os leões.
 

Roma?

A cidade é linda e deve ser visitadas apenas em dias frios e chuvosos; impossível apreciá-la no verão ou em dia de sol

Bacco

7 comentários:

  1. Lendo sua descrição lembrei de minha última viagem a Roma. Terrível! E parece que as coisas pioram lá a cada ano, não? Eu não tenho a mínima vontade de voltar lá, a não ser para visitar a Enoteca Costantini, pegar uns vinhos e vazar.
    Salu2,
    Jean

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    Respostas
    1. há outras enotecas...esqueça Roma e todas as cidades do turismo de massa

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  2. quando estive em Roma, com minha mãe, vivi exatamente isso. no caso da Fontana di Trevi, uma coisa me chamou a atenção: 80% da horda que a cercava eram indianos. só pude concluir que nunca haviam visto água daquela cor, e provavelmente estavam horrorizados por isso...

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    1. Eles devem comparar com a água fedida do Ganges e ficam maravilhados

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  3. Eu tive mais sorte no Coliseu. Peguei uma mulher que expos interesse em ser minha guia em troca por varios euros. Declinei a oferta e dai ela perguntou se queria um programa. Workholic e flexivel assim so se for brasileira ou romena.

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  4. um pouco de lenha para a vossa fogueira, B&B...

    https://www.vivino.com/wine-news/quanto-custa-uma-boa-garrafa-de-vinho

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  5. Eu morei em Roma, Largo Irpinia, 15 anni fa. Lembro que na minha última tentativa de visita ao Coliseu ainda tive que ver o ator global Marcos Caruso dando uma de brasileiro esperto furando a fila.

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