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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

BRUNELLO III


 

 

Duas eram as razoes que me fizeram sorrir enquanto degustava o Brunello Canalicchio 2007 de Franco Pacenti
 
 

1ª) Não poderia deixar de sorrir ao degustar um ótimo Brunello di Montalcino digno de seu nome e de sua grande tradição vinícola.
 
 

O Brunello 2007, que Lorenzo gentilmente abrira, com sua intensa cor grená e reflexos alaranjados, alegrava o nariz com notas balsâmicas, especiarias e surpreendia o paladar com rara elegância, estrutura e austeridade.

Difícil encontrar um Brunello di Montalcino com características melhores e mais complexas.

A segunda razão, do sorriso, era o preço.
 

Explicando: O Brunello Canalicchio 2012 me custou 28 Euros e o 2007, 35 Euros.

Uma garrafa de Brunello di Montalcino, considerado e consagrado como um dos melhores vinhos do planeta, só pode ser comercializado 5 anos após a vinificação, produzido em um território entre os mais caros da Itália (um hectare de vinha custa, em média, 400 mil Euros), me aliviou, em média, 30 Euros/garrafa.

Pois bem, apesar de todas as considerações acima, o Brunello di Montalcino Canalicchio custa 5 vezes menos do que aquela tremenda bosta (Dionísio, obrigado pela perfeita definição) "Pax Rio 2016" que a Carraro vende, no Brasil, por escandalosos R$ 575.
 
 

Vinho Lidio Carraro PAX Rio 2016

R$ 575,00

Vinicola
Lidio Carraro
Tipo
Vinho Tinto
Teor Alcoólico
16%
Temperatura Ideal
16 a 18°C.
Volume
750ml
Visual
De coloração vermelho rubi e reflexos violáceos.
Olfato
Possui aromas de alcaçuz, ameixa seca, amora, cacau, café, frutas negras, mirtilo, notas balsâmicas, tabaco.
Paladar
Na boca é equilibrado, possui boa estrutura, elegante e taninos firmes.

 Um Tannat nacional por 160 Euros?

Deveria ser batizado: "Assalto Rio 2016"

O "Assalto Rio 2016", lançado por ocasião das "Olimpíadas do Cocô", reflete, com perfeição, o que foi a festa do Nuzman & Cia: um insulto-assalto aos brasileiros.
 
 

Enquanto os consumidores não boicotarem os produtores picaretas, que  empurram vinhos nacionais medíocres por preços infinitamente superiores aos praticados na Europa (Espanha, França, Itália, Portugal etc.), continuaremos bebendo tremendas bostas (obrigado, mais uma vez, Dionísio) e pagando os tubos por elas.

É vergonhoso que um Tannat nacional custe quase 400% a mais do que um Gevrey-Chambertin
 
 



Rouge - 2011 - 75 clUne très belle structure aromatique


45,00 € A l'unité

 

Ou, pasmem, custar mais do que 21 garrafas do Tannat francês "Madiran"
 
 

 



soit 7,50 € par bouteille

 

Revolta e desabafo terminados, voltemos ao Brunello di Montalcino

No longo papo, Lorenzo confirmou que a safra 2017 foi problemática, a quantidade de uvas 30% menor e o resultado final foi bom, mas o vinho resultou muito alcoólico.

Apesar de minha insistência, Lorenzo não revelou quanto de álcool havia em seu Brunello 2017, mas desconfio que os 15º foram superados com bastante folga

Agora é esperar para ver o que acontece.

Eu?
 

Bem, eu vou esquecer os vinhos de 2017.

Bacco

8 comentários:

  1. Parla, peste.

    Certamente o pessoal do la tour d'Argent ja comprou 12 garrafas do LAX escarraro para colocar um pedacinho do ceu (ceu de venus, bem carregado de acido sulfurico) na melhor colecao (talvez do mundo) de vinhos de Paris.

    Dizem que junto da colecao de barras de ouro do Nuzman havia algumas garrafas do LAX 2016 tambem.

    Como sera que conseguem tantos negocios com essa gente do COI COB?.

    Sifud...

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  2. Sou fã de Canalicchio di Sopra e Capanna. Não conheço o Baricci, mas dizem que é estilo tradicional, não? Pietroso segue a mesma linha?
    Salu2,
    Jean

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    Respostas
    1. O Pietroso , também , é tradicional . O Baricci é um dos fundadores do Conzorzio del Vino Brunello di Montalcino. mais tradicional é impossível

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    2. Obrigado, Bacco. Bom saber.

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  3. 16% de álcool o PAX? 575 mangos? Ainda bem que tem boa estrutura. Imaginem se tivesse ótima?

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  4. 575 na promoção. O preço inicial era R$ 750

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    Respostas
    1. Impressionante! Com R$750 compro, aqui no Brasil, um Baricci Colombaio Montosoli e ainda sobram 230 temerosos para comprar comida de primeira para acompanhar.

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    2. Os produtores de vinho nacional são uma cambada de safados

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