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terça-feira, 13 de setembro de 2016

FRIULI III GRAVNER



Eu sabia..... O Gravner foi a grande vedete da matéria  "Friuli-Venezia Giulia II".

O Josko Gravner merece todos os elogios possíveis e imagináveis, mas esquecer o Picolit, que não mereceu um único comentário, revela a paixão dos enófilos brasileiros por nomes badalados e o desinteresse total por vinhos excepcionais e raros.

O único pecado do Picolit: Não ter sido ainda degustado (de graça, lógico) pelos nossos bocas-livres, críticos, sommerdiers, (de)formadores de opinião e todos os baba-ovos que infestam o mundo vinícola nacional.....
 

Vamos falar, então, algo sobre o Gravner e seus vinhos.

O Gravner, que está provocando orgasmos múltiplos em nossos critico$$, sommerdier e diretores das AB$, não é uma novidade para os apreciadores de boas garrafas.

 Josko Gravner não é mais um oportunista que aderiu ao modismo dos vinhos laranja, Gravner é um dos precursores da tendência.

Em 2000 mudou radicalmente sua técnica de produção e foi o primeiro italiano a adotar as ânforas na vinificação.

Depois de ter se formado em enologia, Josko, "aposentou" o pai e assumiu a produção vinícola da família; era preciso modernizar a viticultura familiar e olhar para o futuro.

Gravner foi o primeiro na região a desbastar, privilegiar a qualidade e não a quantidade,  limitar as intervenções do homem na produção de vinhos.

Josko fala de suas ânforas: "..... um amigo, interessado em conhecer o patrimônio genético da Geórgia, onde existem mais de 400 variedades autóctones, foi até lá e voltou com uma "pequena" ânfora de 250 litros onde os viticultores locais vinificam. Usando a ânfora, em 1997, realizamos a primeira prova com minhas uvas. O resultado me animou e em 2000 fui a Lubiana decidido a encontrar alguém que pudesse fabricar as ânforas que os georgianos usavam para a conservação do vinho. Encontrei alguns artesãos que conseguiam, ainda, fabricá-las. É preciso lembrar que as ânforas são produzidas manualmente e levam e 2 ou 3 meses para serem fabricadas. Depois de prontas, são secadas lentamente com um fogo baixo. Depois de secas se passa, em seu interior, uma camada de cera de abelha para vedar a porosidade. Consegui finalmente trazê-las para Oslavia e em 2004 construí uma adega e iniciei a trabalhar com as ânforas."

É bom lembrar que as ânforas do Gravner têm capacidade de 20 hectolitros
 

Gravner, com sua "nova técnica" e suas ânforas, influenciou outros viticultores da região  que até hoje seguem seus passos.  

Um pequeno grupo de produtores do Friuli-Venezia Giulia, de "vinhos laranja", que é composto por viticultores que acreditaram e ainda acreditam na volta às origens, abastece o mercado com, aproximadamente, 500 mil garrafas/ano que são disputadas por fieis apreciadores.

Alguns nomes?

Radikon, Podversic, Princic, Zidarich, Bensa, Novello...

As novas (antigas) técnicas e filosofias vinícolas, já conquistaram muitos viticultores e estão sendo adotadas por produtores franceses, alemães e, pasmem, brasileiros.

No Brasil, o nosso palhaço mor, Didu Bilu Tetéia, tenta embarcar na canoa "natureba," como se ela fosse a Santa Maria de Colombo, para "descobrir", em terras brasileiras, o que Gravner e Cia. estão cansados de fazer.
 

Por falar de palhaços e palhaçadas "naturebas com a bunda de fora", é bom salientar que até Gravner, um dos mais radicais viticultores italianos e obcecado pelo "natural", não dispensa sulfitos.

Gravner continua: "..... Anos atrás não queria usar sulfitos no vinho, apesar dos livros dizerem ser impossível produzi-lo sem eles. Mais tarde compreendi que os livros estavam com a razão: se os Romanos já usavam enxofre há 2.000 anos deveria haver um motivo! A sulfurosa se desenvolve naturalmente ,mas é preciso ajudar o vinho, um pouco:" me de um pouco de enxofre e me farás feliz". A questão é a quantidade e eu adiciono o mínimo possível...."
 
(fazer vinho sem sulfitos é como experimentar fazer embutidos sem sal: impossível )

Na próxima semana mais Gravner, mais Friuli.

Bacco

15 comentários:

  1. Bacco, olhaeuaí de novo. Mais uma vez, uma matéria tecnicamente boa, mas ridícula sob o ponto de vista opinativo. Vejamos:

    Bacco escreveu: "...o Picolit, que não mereceu um único comentário, revela a paixão dos enófilos brasileiros por nomes badalados e o desinteresse total por vinhos excepcionais e raros."

    Ora, você mesmo diz que o vinho é RARO (desculpe as maiúsculas). Aliás, diga uma loja no Brasil onde o vinho possa ser encontrado (já fiz o dever de casa). Então em síntese você quer 'culpar' o enófilo brasileiro por desconhecer um vinho raro. É isso mesmo?

    Enoabraços
    d'Oenochato

    PS: revise a frase 'Josko Gravner não mais um oportunista...'; está sem sentido. Faltaria um "é"?

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    1. Carlos,

      o Picolit da vinícola Jermann pode ser encontrado na importadora Cellar:

      http://www.cellar-af.com.br/site/br_vinhos_italianos.asp

      não sei se é um Picolit à moda antiga, como aqueles que o Bacco aprecia, ou um "desvirtuado" moderno, mas é um Picolit disponível no Brasil.

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    2. Para mim a falta de curiosidade do brasileiro em aprender mais, em ir mais alem do feijao com arroz, da vergonha, preocupa, desanima. Os nativos da escandinavia sairam para descobrir e conquistar o mundo, .... os nativos da america do sul (onde seria Banania) arrancavam mandioca para fazer farinha e dancavam no fim do dia (antes da epoca de shorts adidas e havaianas) antes de dormir.

      O enofilo brasileiro repete mesmo comportamento do turista brasileiro, do comprador de carro brasileiro, do leitor (nossa, leitor!) brasileiro, do trabalhador brasileiro, do politico brasileiro...etc etc. Em suma, somos (enofilos) a cara cuspida e escarrada do brasileiro.

      Ha vinhos raros? Zilhoes. Alguem se interessa em saber como he um vinho da Georgia (terra de gente "boa" famosa!!) ou da Bolivia...ou ainda da China?

      Caetano Mala para ministro do vinho! Fora temer!

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    3. O Picolit Jermann é muito bom.

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    4. Eduardo, obrigado pela contribuição. Como dito no meu comentário, eu 'fiz o dever de casa'. Procurei e encontrei na Cellar o Picolit da Jermann, uma vinícola que produz alguns vinhos à base de castas francesas, como o "W… Dreams…", para o desgosto dos puristas, tolos de plantão e viúvas de Mussolini que pretendem uma Bota voltada apenas à produção de vinhos com castas autóctones, o que é, obviamente, uma tolice maior do que a extensão da própria Itália...

      Contribuindo mais um pouco com a divulgação do Picolit, a Vinci traz o Conte D'Attimis-Maniago, por mórbidos R$ 425,00 (safra 2007). Nos EUA vc encontra a safra 2011 por... R$ 125,00. Concordo que uma safra um pouco mais antiga agregue algum valor ao produto, mas o que se pede aqui é um preço muito alto.
      []s,
      Carlos

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  2. Já escrevi inúmeras matérias sobre vinhos raros, que não são importados, e mesmo assim mereceram inúmeros comentários. Procure Carema, que ninguém importa e ninguém conhece, no blog e poderá constatar o que afirmo. Sua argumentação , pra variar, é apenas provocativa e sem sentido. Obrigado , Pelo No Ovo, já corrigi.

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    1. Tá vendo, você 'responde' no sentido de 'dizer algo', mas não contra-argumenta. Usando um termo lhe parece caro, o que você faz é 'quase'-argumentar.

      Senão, vejamos:
      Você já escreveu sobre vinhos raros não importados e recebeu comentários? Ótimo. Mas e daí? Qual a relevância deste quase-argumento para esta pauta?

      Você não consegue ver que não é esse o ponto? O ponto é que NESTA postagem (desculpe a caixa) você critica o enófilo brasileiro pela sua paixão por vinhos badalados e seu 'desinteresse' pelos outros. Você quer que o enófilo brasileiro conheça... o que é raro! Não basta você trazer-nos 'o conhecimento do raro'. Você quer nos dizer - a todos os enófilos brasileiros - meros 'baladistas'. Os que são interessados e apenas não conhecem a pauta, são arastados para o mesmo balaio dos sommerdiers, crítico$$$ e afins. Não aceito esse rótulo!

      Assim, lamento: não há nada de 'apenas provocativo' na minha argumentação. E se ela não fez sentido até o momento, é porque você, claramente, não percebeu o sentido do que está lendo e muito menos do que anda escrevendo.
      Obrigado,
      Carlos

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    2. Sabe que fico imaginando como você deve ser na cama..... uma foda interminável, chata. Eu acho que você é CORNO (desculpe a caixa alta)

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    3. O cara da caixa alta, rs, etc, VOLTOU! Virou um chiclete no sapato do Bacco.

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  3. Bacco,

    sobre o Gravner ser badalado no Brasil e não os produtores de Picolit, creio que tenha a ver, além de toda a mídia que ele recebe, com o fato de que a importadora do Gravner tem presença relativamente grande no Brasil - e ainda traz o Zidarich, que você também mencionou no texto, e um rebula (ribolla gialla) esloveno. nenhum deles barato, por sinal.

    como o Friuli não tem a fama de uma Toscana ou uma Borgonha, acaba que, por aqui, só chegam os vinhos caros e incensados pela crítica, como é o caso do Gravner, ou as piores porcarias friulanas, como os pinot grigio, merlots e sauvignon blancs que "fanno cagare". para quem gosta de vinhos menos badalados e de bom benefício x custo, como os leitores de B&B, a coisa complica...

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  4. um adendo: muitas vezes, o primeiro contato do enófilo brasileiro com o Friuli é justo com o Gravner, provavelmente o produtor que pede os preços mais altos da região. se o contato for positivo e a pessoa for esperta, descobrirá muitos vinhos baratos e de grande qualidade. não é a melhor porta de entrada, mas, em alguns casos, é a que tem por aqui.

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  5. o Picolit da Jermann entrou em promoção na Cellar: R$ 175 por uma meia-garrafa (era 250).

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    1. Eduardo, bem observado. Eu havia notado isso quando fiz o 'dever de casa'. Aliás, constatei que o preço dele na promoção está melhor do que lá fora (R$ 215,00 nos EUA). Note que mesmo o preço 'cheio' da Cellar está bom...

      Se eu conheço muito sobre vinho e se desejo que as pessoas conheçam mais a respeito, o que eu faria ao escrever sobre ele seria dar dicas de onde encontrar, se o preço vale a pena, etc. Essa promoção poderia ter sido comentada quando da publicação da postagem. É a diferença entre um blog com postura editorial e a publicação de mera 'zoação' para cima da banda podre da comunidade enófila. Se é que ela é podre mesmo.

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    2. Veja só! O Carlos sabe escrever sem caixa alta, sem 'rs', (gargalhadas) etc

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    3. CArlinhoS , faça isso no seu BLOG (descuLpE a CaIXA AlTa) (rsrs,gargalhadas e etc ) .... Vai dormir cara !!!
      Tu é chato pra cacete !!!!

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