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terça-feira, 26 de julho de 2016

A VOLTA



Na Itália, de 2000 a 2013, foram erradicados, aproximadamente, 160.000 hectares de vinhedos produtivos.

Por quê?
 
 
 

Uma das razões: Estratégia

Acreditava-se que diminuindo a área de plantio haveria menor oferta, maior procura e, consequentemente, aumento dos preços.

A estratégia deu errado: O mercado simplesmente deu uma banana ao vinho italiano e procurou abastecimento em outros países produtores.

Segundo problema: Os velhos viticultores, já sem condições físicas para trabalhar nas vinhas, deixaram a atividade para os filhos.
 

A maior parte dos jovens "herdeiros", não quis encarar a trabalhosa atividade e, simplesmente, abandonou os vinhedos.

É preciso lembrar que a média das 383.000 propriedades vinícolas italianas é de apenas 1,6 hectares.

 O reduzido tamanho das propriedades nem sempre propicia grandes lucros, mas exige muita dedicação e trabalho duro.
 

A vida moderna privilegia o consumo (carro novo, viagens, roupas de griffe, restaurantes etc.), consumo esse que, nem sempre, 1,6 hectares de vinhas podem propiciar.

A pequena viticultura familiar estava indo rapidamente para o brejo.

Nos últimos anos a decadência vinícola deu uma freada, perdeu o ímpeto e as vinhas reconquistaram corações, mentes....... e investidores.

Antes de continuar é necessário esclarecer como funciona a política vinícola italiana.

Não pense que um belo dia um Dani-Elle qualquer, ao acordar abandone a fotografia, compre um terreno e inicie o plantio de vinhas "tormentosas".
 

O Dani-Elle qualquer, para iniciar um plantio, ou aumentar uma área vinícola já existente, precisa declarar onde e quantos hectares pretende implantar.

Após analise, criteriosa, a licença é liberada, ou não.

Passada a "fúria exterminadora", das décadas passadas, os italianos estão retornando, com vontade, para vinhas e vinhos.

 
Uma verdadeira febre, de plantio de novos vinhedos, está tomando conta de toda a península.

Para que se tenha uma idéia, do grau da febre vinícola que tomou conta da Bota, confira alguns dados:

Para o ano de 2016 foi liberado, em toda a Itália, o plantio de 6.376 hectares de novos vinhedos.

 No mesmo período os pedidos de autorização, para a implantação de novas áreas, somaram 66.197 hectares.

O momento mágico vivido pelo vinho italiano (produção - exportação) é o responsável direto pela "volta às vinhas".

É precisão, porém, pesquisar melhor o fenômeno para entender o entusiasmo: Grande parte da avalanche de novos pedidos de plantio provém justamente de áreas onde as vinhas haviam sido erradicadas.
 

Será o efeito sanfona?

Dionísio

 

 

 

6 comentários:

  1. mais uma matéria interessante, Dionísio. você tem informações sobre o perfil desses pedidos de retomada, se predominam grandes ou pequenos produtores? fico curioso para saber se as gigantes do setor estão de olho em expansão ainda maior ou se são unidades menores, cujas terras podem ainda estar em mãos das famílias dos viticultores.

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  2. Di,

    Leia a pagina inteira dedicada ao embroglio da banca italiana no FT de hoje. Tem a ver com o seu artigo (bao demais para pensar....pensar...) de oggi.

    Sera que tem chines comprando e plantando (como na franca)? Na situacao em que o mercado esta nao faz sentido gastar mais dinheiro para um retorno tao infimo e tao longo.

    Esse novo mundo com banco quebrando left and right, juros negativos, deflacao ou inflacao muito baixa nao esta muito divertido.

    Andiamo.

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    Respostas
    1. JR, bora meiar umas vinhas no sul da Itália e chamar o Galvão Bueno pra vender nosso vinho? parece promissor!

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    2. vou responder aos dois com uma nova matéria

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    3. JR , por enquanto o chineses estão comprando todos os bares que encontram pela frente. Vinícolas? Ainda não.
      Bacco

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    4. Sem comentarios. Posso ser processado pelo ministerio do asseio e modos probos e direitos humanos aos escravos da china.

      vfc***o...

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