Facebook


Pesquisar no blog

domingo, 13 de julho de 2014

SACO CHEIO II


 


Não pensei que a matéria “Saco Cheio I” merecesse tanta atenção (até o presente momento há mais de 15 comentários) por parte dos leitores de B&B.

Toda esta atenção denota que há uma quantidade, nada desprezível, de pessoas com o saco cheio (eu sou uma delas).

A primeira matéria ofereceu algumas dicas, mas não esgotou o assunto e nem essa o fará.

 Uma mudança de vida, tão radical, necessita de muitas bolas (duas não bastam).

Tentarei aprofundar o assunto deixando claro que somente uma viagem específica pode revelar a viabilidade, ou não, da empreitada.

Fácil, não é.

Impossível, também, não.
 

Antes de começar a nova atividade é preciso escolher a região que mais interessa, percorrê-la algumas vezes, falar com os viticultores, conhecer os vinhos locais, sondar o mercado e pesquisar se há produtores querendo se retirar e vender as vinhas.

 Com muita frequência há velhos, sem herdeiros, ou com filhos dedicados à outra atividade, que vendem ou alugam as vinhas por valores bem interessantes. 

 

Plantar ou comprar uma vinícola pronta?

Custos de implantação   

A implantação das vinhas custa, incluindo mão de obra, postes, fios, mudas etc., em média, 30 mil Euros o hectare.

Maquinário para vinhas e adega
 

 Pequeno trator, máquina de poda, pulverizador, desengaçadeira, prensa, tanques de aço, sistema de refrigeração, bombas, sistema de filtragem, engarrafadora etc. exigem um considerável aporte de dinheiro: Uma adega completa, para uma área de 5 hectares, no mínimo, 450.000 Euros.

Valores de produção.

É bom lembrar que, desde a implantação dos vinhedos até a primeira vinificação, comercialmente viável, a não ser que você seja um gênio da viticultura como nosso e fotógrafo que produziu, com uvas provenientes de uma vinha com apenas 3 anos, um Pinot Noir de deixar o Bilu Didu Teteia de pança caída, serão necessários, no mínimo, 4/5 anos.
 

O custo de produção, excluindo a amortização do capital (8-10 anos), de um vinho DOC o DOCG “normal”, oscila entre 2 e 5 Euros por garrafa.

Os valores indicados incluem a manutenção e trabalho nas vinhas, colheita, vinificação, consultorias (agrônomo e enólogo) e embalagem (garrafas etiquetas, rolhas, caixas de papelão).

Não pense que basta chegar numa região, olhar para o céu, escolher um terreno, quem sabe um Lote (argh)43, e plantar vinhas.

O vinhedo, na Itália, é mais embaixo.....

É preciso elaborar um projeto para apresentar à   prefeitura e câmara de comercio, obter a autorização do consórcio vinícola que verificará se o terreno apresenta os requisitos necessários à implantação da denominação (implantar Nebbiolo da Barolo é quase uma tarefa hercúlea).

Caminho cansativo, burocrático e longo.
 

Acredito, sinceramente, que comprar uma propriedade, já encaminhada, seria a melhor opção.

Quem é pequeno (15/20 mil garrafas) deve nortear sua produção para vinhos DOC ou DOCG e focar a excelência.

O pequeno viticultor encontra espaço para seus produtos quando foge da estandardização e da guerra de preços praticada pela produção industrial.

Produzir vinhos com uvas tradicionais da região, respeitar tipicidade e terroir, abrir as portas para a venda direta aos milhares de turista que percorrem as estradas do vinho (630.000 sós em Alba e região e 1,7 milhões na província de Siena em 2013), restaurante e bares locais.
 

Cartazes, chamativos e em vários idiomas, na porta da vinícola, rede sociais, boca-boca, degustações gratuitas em bares e restaurantes, participar de feiras etc. são algumas ações de marketing que funcionam bem, divulgam o produto e, sobretudo, são baratas.

B&B não pretende apresentar um tratado sobre o assunto, mas apenas dicas para o iniciante curioso e interessado.

  Se a propriedade tiver algumas construções antigas e sem uso (estabulo, celeiro, depósitos) transformá-las em apartamentos para alugar (Bend & Breakfast) seria mais uma inteligente opção para aumentar o faturamento e alavancar a venda dos vinhos para os hospedes.
 

Quem quiser saber mais, ligue paro o Bacco e faça um contrato de assessoria com aquele folgado....

Dionísio

6 comentários:

  1. Para mim a pior parte de ter me mudado de pais foi deixar meu cachorro para tras. A melhor parte foi ter saido do BR.

    Recomendo uma volta pelo mundo para os que podem. E aproveitem enquanto tem idade para isso. Depois vem o medo, as ''reflexoes'', familia, etc.


    ResponderExcluir
  2. Hm... sei lá. Esperava mais, eu acho.
    Sem dúvida tem umas sacadas interessantes e a parte burocrática sempre nos foge da modelagem, foi bom ter chamado atenção para isso. Mas achei que esse post viria com um pouco mais de 'contiúdo'. Mais sugestões de regiões propícias ao investimento e menos lembradas. As indicações de custo também estão muito padronizadas. Imagino que o custo de produção na Toscana seja diferente da Puglia. Custo de 2 a 5 por garrafa é uma variação proporcionalmente significativa. O que afeta mais esse range? Região? Uva? Envelhecimento?

    Será que conseguimos um SacoCheioIII pra quem ainda não tá de saco cheio desse assunto? rs

    Abs! Ah, outro pedido, tentem atualizar com mais frequencia, perco as vezes de quandas conferidas dou por dia atrás de mais um post. Leitura obrigatório pós cafe da manhã, pós-almoço e final de expediente. hahaha

    Anonimo2

    ResponderExcluir
  3. Eu sabia..... Os caras querem um tratado sócio- econômico - financeiro - venda - marketing - distribuição etc.
    Vc não leu e não entendeu.: 2/5 Euros é custo para vinhos "normais" , do dia-dia Na Toscana , Puglia, Piemonte, Calabria....Vinhos "normais"? Barbera, Dolcetto, Chianti, Nero D'Avola, Vernaccia di San Gimignano, Vermentino, Freisa, Verdicchio, Montepulciano D'Abruzzo, Valpolicella e outros 2.387 vinhos. O post é apenas indicativo e não esgota o assunto, mas no final há uma dica preciosa: Contrate o Bacco como assessor.

    ResponderExcluir
  4. eu sabia. era só um esquema pra alavancar as vendas dos serviços de assessoria do Bacco, ele também vai oferecer o serviço de guia turístico e o Dionísio leva comissão por ter recomendado. Depois dessa vou abrir minha garrafa de Faces Branco, ler o blog do Didu e já volto. hahahahaah

    ResponderExcluir
  5. Realmente estou precisando. Me ajudem por favor
    Bacco

    ResponderExcluir
  6. É o tipo de artigo que nos faz querer conhecer ainda mais esse mundo apaixonante. De qualquer maneira hoje assisti a um programa sobre a Borgonha e havia uma cena que remete ao artigo de vocês; Era um rapaz novo, negro e americano (tudo aquilo que os franceses "mais amam" na vida, só faltando rezar para Allah) que se apaixonou pelo mundo pelo mundo do vinho lendo um livro de 1866 e largou sua carreira no mercado financeiro nos EUA para trilhar seu sonho de produzir um vinho de qualidade, sozinho, sem empregado. E parece que está dando certo (inclusive há um livro escrito). Sua empresa é a Maison Ilan, conhece? De qualquer maneira, vê-lo ter sucesso em um país de racistas de quatro costados, produzindo um dos produtos nacionais mais importantes é um exemplo de que nada é impossível. Abs e parabéns pelo post.

    ResponderExcluir