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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

NA MORINGA



Os blogs sobre vinhos, que fazem os leitores de bobos, nunca acabam nem diminuem, aliás, aumentam.
Quando ridicularizamos o Gladson e seu salame, o blogueiro se ofendeu e retirou seu embutido da web.
Nem todos, porém, possuem a estofa do Gladson e apesar de ridículos, continuam agredindo os olhos, ouvidos e mentes dos pobres leitores.
“Didu-Bilu-Secondo-me-Tetéia” é um exemplo mais que clássico.
Cascatas de bobagens, elogios estapafúrdios e melosos, defesa do indefensável, coluna vertebral elástica, lambedor de pés poderosos.... Vale tudo para alcançar os famosos 45 segundos de notoriedade.
Nem um pontapé na bunda, que aquele produtor que adora gel no cabelo, lhe aplicou, durante uma Expovinis, parece ter afetado sua tremenda cara de pau.
 
 O Didu-Bilu-Tetéia, defensor e fã (será que levou algum...?) do ex-fotógrafo, hoje viticultor narcisista e descobridor de uma nova Côte D’Or nas serras do sul que doam Pinot Noir tão bons ou superiores aos da Borgonha, resolveu, agora, promover vinhos de “Sotaque Sincero”

Leiam:
......O Patrico, já disse isso aqui outras vezes é uma pessoa que admiro pela sua autenticidade e sinceridade, além claro de termos semelhanças em nossas predileções por vinhos de sotaque sincero.

Sincero como você, Didu-Bilu-Tetéia?
Este Barzola não tinha nem rótulo, o Eduardo trouxe na mala e por sua generosidade e por saber de meu gosto por esse tipo de vinho (que ele também gosta aliás…) fez a gentileza de abrir para mim.
O enólogo Leonardo Barzola, me disse o Eduardo, é jovem e humilde, super acanhado e trouxe os vinhos dele para o Patricio provar e arrancou lágrimas do degustador. De mim também.

Lágrimas de tristeza? Piegas, sempre piegas, o Secondo Me....
........ O vinho tem amarena, crina de cavalo suada, moringa, aniz e discreto  tutti-fruti. Show de sinceridade de um Malbec......  

Vamos por etapas
Quem conhece, no Brasil “AMARENA”?
Você, que está nos lendo, já viu, cheirou, comeu uma “AMARENA”?
Eu, honestamente, nunca vi um pé de AMARENA e muito menos a fruta, no Brasil.
Para que não sabe a AMARENA é um tipo de cereja comum e difusa na Europa.
No Brasil é encontrada somente no quintal do Didu-Bilu-Tetéia.
Se você quiser comer AMARENA deverá procurar o jardineiro do “Secondo-Me” ou tentar encontrá-la em uma loja de artigos importados (Amarena Fabbri) 
 
Alguém já cheirou a crina de cavalo suada?
Aliás, há quanto tempo você não vê, cheira ou toca um cavalo?
Moringa?
Cheiro de moringa?

O que será que o Secondo-Me tem na moringa?
Alguma sugestão? Alguma ideia?
Preciso de sua ajuda para descobrir.
Falando sério: O cheiro de cavalo, estabulo, suor animal são tremendos defeitos do vinho causado pela Brettanomyces.

Não vou falar durante meia hora sobre o Brett (basta consultar o Google) para revelar que esta levedura, que elimina os aromas primários, substituindo-os por odores de estabulo, suor animal, couro, terra, esparadrapo, remédios, etc., além de “matar” o vinho, é, quase sempre, fruto de pouca higiene na adega especialmente nos toneis ou barriques.

O Brett passou a ser mais conhecido e pesquisado recentemente, mas, já no século XVIII, Voltaire, que apreciava vinhos do Rhone e da Borgonha, comentava que alguns deles tinham cheiro de merda.
Certamente Voltaire bebia alguns vinhos contaminados pelo brettanomyces.
Nosso Secondo-Me , que não é exatamente um Voltaire,  parece gostar de vinho sabor m....
Pena que Gladston não tenha levado para seu anonimato, além do salame, o Didu-Bilu-Teteia com sua moringa, sua amarena e sua crina de cavalo.
 
Uma pergunta que não quer calar: O aroma de crina molhada é aquele de um Mangalarga, Quarto de Milha, Árabe, Appaloosa, Andaluz......?

Dionísio

 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

TERROIR - FINAL




Esta matéria poderia exibir outros cabeçalhos: “Os chineses estão chegando”, “Os brasileiros compram tudo o que veem”, “Os russos esvaziam as adegas da França e Itália” e.... por aí vai.

Na região vinícola de Bordeaux os chineses parecem brasileiros em Miami: Compram, compram, compram e já são proprietários de meia dúzia de grandes e formosas vinícolas.

O última propriedade, com seus 65 hectares de vinhas, que passou para mãos chinesas, foi o “Château de la Riviere”.

O chinês não poderá, todavia, provar o vinho de suas futuras colheitas: O helicóptero, que o proprietário anterior, James Gregoire, havia disponibilizado para sobrevoar os vinhedos do château, caiu e não deixou sobreviventes (francês incluso).

O fenômeno “comprador”, apesar de existente, não é importante nem preocupa a Borgonha.

Milhares de pequenas propriedades familiares, sem grande potencial econômico, com produção limitada em poucos milhares de garrafas, além de preços elevados, não animaram, ainda, compradores orientais.

Apenas o Château de Gevrey-Chambertin foi recentemente vendido para os chineses.

 O negócio causou comoção e revolta na região.

Acredito piamente que o tsunami amarelo se acalmará em poucos anos e a Côte-Dor continuará sendo paradigma de terroir.

Creio ter contribuído com a sequência de matérias para ajudar, quem nos segue, a ter uma ideia mais clara de terroir e não acreditar que, por (mau)exemplo, o Lote 43 da Miolo seja um vinho de “terroir”.

O Lote 43, onde a indústria gaúcha jura produzir as uvas que utiliza na vinificação do vinho homônimo (será?), quando muito, pode ser considerado um “terror”.

Há outro “terrores” no sul do Brasil, aliás o território gaúcho, com seus Chalise, Cantina da Serra, Mioranza, Chapinha, Sangue de Boi etc. deveria contratar o Freddy Krugger como garoto propaganda de seus quase vinhos.

Não poderia terminar, esta série de matérias, sem comentar as etiquetas que comprei em minha última viagem pela Borgonha.

Bienvenues-Bâtard-Montrachet Grand Cru 2011 Jean-Claude-Bachelet:

Dourado com reflexos esverdeados. Aroma complexo de flores, manteiga (não exagerada) e avelãs tostadas.

 Na boca opulento, aveludado, elegante.

Grande estrutura

Grandíssimo Chardonnay que melhorará ainda mais com o passar dos anos.

 Euro 85

 

Blanchot-Dessus Premier Cru 2011 Jean Claude Bachelet:

O que dizer deste vinho? Que é um dos melhores brancos que já bebi?

 Que sua elegância, é ímpar?

O Blanchot-Dessus dos Bachelet e difícil de descrever, pois o enófilo pode cair no ridículo e se tornar um Gladston (lembram do salame, presunto cru, cavalo suado etc.?) pois é, o Blanchot deve ser bebido apenas pensando que os 40 Euro, que custou, foram poucos e bem gastos. O Blanchot Dessus de Bachelet entra na minha seleção de “IMPERDÍVEIS”

 

Criots-Bâtard-Montrachet Grand Cru 2010 Blondeau-Danne

Vinho sofisticado, complexo, com grande estrutura e incrível persistência na boca. O Criots é um vinho raro, soberbo e deve ser bebido com respeito e coração.

Excelente!

Melhor custo-qualidade-benefício do ano: Euro 85

Na próxima semana: “O Anti-Terroir”

Bocca

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

TERROIR 3





 

Deixando as charmosas, formosas e badaladas Puligny-Montrachet e Chassagne-Montrachet é quase emocionante percorrer os poucos quilômetros que separam as duas cidades da pequena Saint Aubin.

O percurso é curto, a estrada movimentada, a paisagem comum, mas é obrigatório parar algumas vezes para admirar o trabalhos dos vignerons.
 

Nas vinhas que circundam Gamay, distrito de Saint Aubin, é fácil perceber a importância do homem no “terroir”: Todos os dias, faça frio, calor, sol ou chuva, há muitos proprietários cuidando pessoalmente de suas vinhas.
 

Trabalho duro e quase ininterrupto nos parreirais, heranças culturais preservadas, profunda identificação com o território.

 Os viticultores Côte D’Or dão a impressão de sentir paixão e quase ciúme de suas terras.

Orgulho então........

Quando um viticultor consegue comprar um pedacinho de Grand ou Premier Cru, por mínimo que seja (estou falando de 300-400-500 metros quadrados, não mais), é festa na família.

Não importa se os poucos metros adquiridos estão em outra aldeia distante, se o aumento da produção será de apenas algumas centenas de litros, se o trabalho aumentará desproporcionalmente…O que importa é que a Domaine, que os filhos e netos certamente herdarão, aumentou, por exemplo, em 500 metros quadrados de vinhas no “Criots-Bâtard-Montrachet”.

É a gloria!

Saindo da vinícola dos Bachelet, escondida e difícil de encontrar, resolvi passear por Saint Aubin.

Em Saint Aubin, como em todas as outras aldeias da região, tudo e todos transpiram vinho.

Em Saint-Aubin não há outra atividade digna de nota além da vinícola, mas apesar de transpirar vinho não se encontra um único “Bar a Vin” para se beber uma taça.
 

Meia dúzia de ruas silentes e desertas, dezenas de vinícolas expondo, quase timidamente e sobre velhas barriques   suas garrafas (vazias), janelas e portas cerradas: Saint-Aubin faz velório parecer baile de carnaval.

Olhares curiosos e desconfiados (a placa do meu carro era italiana…).

Sorrisos?

 Nenhum e ninguém faz força para agradar ou agarrar o turista-comprador.

É a Borgonha......

Havia conseguido adquirir algumas garrafas, de Blachot-Dessus e Bienvenues-Bâtard-Montrachet, dos Bachelet e caras feias já não me assustavam:  Me sentia comprador e queria mais.

Ainda bem que meu dia “gastador” se revelou e apareceu na quase monástica Saint-Aubin....

Já estava procurando um local para manobrar o carro e retornar a Puligny quando, durante a manobra, quase derrubei uma barrique com sua exposição de garrafas desbotadas e vazias.

Tremula, mas ainda ereta, uma borguinhona sedutora, com a etiqueta indicando ter abrigado, no passado, um “Criots-Bâtard-Montrachet” 2006, desafiou minha claudicante carteira.

Parei o carro, consultei meus ralos Euro e entrei.

“Notei que vocês produzem Criots-Bâtard-Montrachet. Há algumas garrafas à venda?”

A mulher que me atendeu, na sala de degustação da Domaine, sorriu e, balançando a cabeça afirmativamente, respondeu: “Temos algumas de 2010”.

“Safras mais velhas, alguma coisa?”

O marido, que havia nos alcançado, respondeu: “Posso dispor de duas garrafas de 2009”.

Sorrisos, algumas piadas, uma rápida degustação de um ótimo Saint-Aubin da vinícola, despedida fria e profissional.

Três 2010 e dois 2009 de Criots-Bâtard-Montrachet da Domaine Château de Saint-Aubin foram fazer companhia aos vinhos do Bachelet que já estavam no carro.

Denis e Alexandra são proprietários de 7 hectares e suas vinhas se estendem por Saint- Aubin, Meursault, Puligny, Chassagne, Santenay.

A produção anual, da vinícola, oscila em torno de 40.000 garrafas, mas apenas 280/300 saem de seus 500 m² localizados no Criots-Bâtard-Montrachet.

Sim, a Borgonha é assim: 500 m²e apenas 500 m², são o orgulho do viticultor Denis e sua mulher Alexandra.

Vender?

Nem pensar!

Comprar mais?

Difícil, quase impossível.

Há vignerons que possuem apenas dois filares (não mais de 200 parreiras) de Montrachet e não vendem nem ao Papa.

Isso se chama: T E R R O I R!

Terroir, não é “terreno”, terroir não é clima, subsolo, altitude, exposição solar, características geológicas etc.

Terroir, sem os Bachelet, Jambom, Denis, Bzikot, Morey, Raphet, Colin e milhares de outros vignerons que respeitam, amam e entendem, como minguem, suas vinhas, não existiria.

Terroir é o homem, também e principalmente.

Sem o homem não há terroir nem vinho, mas o homem não deve nem pode ser um predador e negociante imediatista sem escrúpulos (qualquer semelhança com os empresários   gaúchos é mera coincidência…)

Assim, como na visão e filosofia de Pierre Antoine Jambom e milhares de outros vignerons, há algo além de dinheiro nas vinha; há 800 anos de história que não pode ser comprada por meia dúzia de chineses, brasileiros, americanos ou russos abonados.

Na próxima semana: Invasão chinesa, brasileira, russa e degustação dos vinhos mencionados.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

PREDADORES PATAGÔNICOS





Acabei de ler um comentário escrito por Thales, na matéria “ORGULHO ETÍLICO, que aumenta minhas dúvidas quanto a lisura comercial dos Geisse.

Há anos critiquei um espumante rosé, produzidos pelos predadores chilenos, que parecia ter sido elaborado numa farmácia.

O espumante “farmacêutico” exalava forte cheiro de remédio provocado, talvez, por de uma excessiva adição de SO2 visado eliminar problemas de adega.

Os Geisse, que na época apostavam muitas fichas no sucesso de seu rosé, ficaram furiosos e chegaram a nós ameaçar fisicamente.

Bravatas, nada além de bravatas.

Os Geisse digeriram a crítica e eu nunca mais bebi seus espumantes “farmacêuticos”.

Os Geisse conseguiram, como consegue a maior parte dos produtores gaúchos, uma inteligente e ativa rede de propaganda.

Os marqueteiros de plantão, sub-repticiamente, convenceram o mercado consumidor que o espumante do nacional era o segundo melhor do mundo e aquele produzido em Pinto Bandeira o melhor do Brasil.

Blogueiros, jornalistas, associações, sommeliers etc. de vida fácil e baratos, foram devidamente lubrificados com mordomias e garrafas de brut gaúcho.

O ufanismo etílico brasileiro é impressionante e o resultado sempre o mesmo: Quando alguém famoso solta um pum no velho continente a AB$ e companhia bela, faz um carnaval como o protagonizado pelo senhor Roberto Rodrigues.

Ao ler o comentário de Thales, incrédulo e curioso, entrei no site dos chilenos e constatei que o leitor não errara: Uma garrafa Magnum é vendida, na boutique dos patagônicos, por hiperbólicos R$ 700 (Euro 218).
 

Gostaria de saber, do senhor Rodrigues e da nossa Maga Patológica   de portas de supermercados, mais conhecida pela alcunha de Carmen, nutrem orgulho e curtem o assalto praticado pelos predadores de Pinto Bandeira.

Mais uma vez anexo o site italiano que ajuda os consumidores da bota a encontrar as melhores opções de compra.
http://www.trovaprezzi.it/prezzo_vini_champagne_magnum.aspx

Se me culparem, novamente os impostos altos do Brasil, vou responder com um palavrão: Na Europa só não taxaram, por enquanto, o ar.


Outra coisa: quanto custa um hectare de terra em Pinto Bandeira?

Na região de Champagne, o preço médio do hectare de vinhas, oscila entre 1 milhão e 1,2 milhões de Euros.

Dionísio

 

 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ORGULHO ETÍLICO




Passeando pelo Facebook dei de cara com o comentário do diretor e professor da AB$ Roberto Rodrigues:

 

Parte superior do formulário


Queridos amigos!
Um Orgulho para nós um orgulho para o Brasil!!!!
Pela primeira vez o Brasil aparece representado no Atlas do Vinho de Jancis Robinson e Hugh Johnson!
Um brinde a todos
!

 

Muitas  palmas e duas criticas minhas.

Minhas criticas  foram , como de costume , quando ataco os predadores do vinho nacional ,mal recebidas.

Vejam:

 

José Hodara Masliah Parabéns1 Merecido reconhecimento pelo excelente trabalho e dedicação. Sem dúvida Cave Gaisse Brut simplesmente fantástico!

BACCOEBOCCA Orgulho? Por quê?

https://www.facebook.com/images/chat/tab/close.pngBaccoebocca  Vc ganhou alguma coisa com isso? Quem ganhou foram os Geisse, como sempre.https://www.facebook.com/images/chat/tab/close.png

Carmen Sá Barreto Nossa, Roberto Rodrigues, como tem gente de visão míope e focada no ganho imediato. Lamentável! Brindo com você e o cumprimento por se sentir orgulhoso com este fato. Também me sinto assim. Acho que todos os brasileiros apreciadores de vinho sentirão orgulho desta conquista. "Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena". Pobres dos que tem alma pequena. Rsrs

https://www.facebook.com/images/chat/tab/close.pngJoão Arlindo Brito Junior Muito bom! O trabalho de qualidade deve ser recompensado. Lógico que tem que ganhar. quem faz caridade em nome do social é o governo.

Parte inferior do formulário

 

O Brasil parece estar passando por uma entressafra de ídolos, heróis, bravos etc. que ajudem nosso povo a andar de fronte alta, impávido e colosso.

Sobram “Pedrinhas”,” Mensalões”,” Eikes”.
 

 Faltam Sennas, Tom Jobims e o que sobra, para alguns, nesse imenso Maranhão, é o espumante Geisse.

 Por ter aparecido nas páginas do atlas dos dois britânicos o espumante dos chilenos é o mais novo ORGULHO DO BRASIL!!!!!

CAVE GAISSE (sic) SIMPLESMENTE FANTÁSTICO!!!!!!

Então, tá!

Quanto custa o “simplesmente fantástico” espumante dos chilenos?

R$ 120 (38 Euros).
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=549127285200387&set=
a.480893768690406.1073741836.455935781186205&type=
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Rodrigues, os Geisse enviaram doações para a AB$, da qual você e diretor e professor, para que você omitisse nem comentasse o preço escandaloso do espumante?

Provavelmente sim; os Geisse não são nem um pouco santos...

Quando se clica na foto aparece uma garrafa do espumante Geisse e seu preço: R$ 120,00.

O diretor e professor da AB$, que tem orgulho de ter nascido no mesmo país em que é produzido o “Simplesmente Fantástico”, deveria parar com seu ufanismo etílico e alertar seus alunos o quanto são roubados.

Como?

Mostrando, por exemplo, o link abaixo

Que revela quanto custam os CHAMPAGNE na Europa.

Mais uma coisa: Querida Carmen, você tem um medidor de alma?

 Que tamanho tem uma “alma pequena”?

Carmen, faça o seguinte: coloque uma mesinha na entrada de um supermercado qualquer com um cartaz “CARMEN NA BÁCIA DAS ALMAS”. Medimos sua alma por R$ 1,99
 

Com a quantidade de trouxas que há no mundo você pode faturar uma grana.

Não se preocupe com a clientela: Há gente, como você, que adora psicologia de porta de supermercado.
 

Mais uma coisa: Aparecer, no atlas britânico, com uma etiqueta brasileira, ao lado de duas bolivianas, não é motivo para tanto orgulho.

Dionísio

sábado, 18 de janeiro de 2014

TERROIR 2




 

Antes de reiniciar nossa caminhada, percorrendo as estradas dos Grands Crus, rumo a Chassagne-Montrachet, gostaria de esclarecer que, ainda, não dei minha opinião sobre o “TERROIR”.

A interpretação do DIWINE TASTE, na matéria anterior, praticamente esgota o assunto, mas há algo mais que gostaria de acrescentar: Para mim, o conceito de terroir, vai um pouco além.

Continuando nosso percurso quase não se percebe a pequena placa indicando que estamos deixando Puligny e alcançamos as terras de Chassagne.

Há apenas aquela sinalização anunciando o novo território.

 Nenhuma mudança nas características e na paisagem vinícola: As vinhas dos   Grands Crus, “Montrachet” e “Bâtard-Montrachet”, “invadem” com 3,9 e 5,84 hectares, respectivamente, o território de Chassagne-Montrachet.

O único Grand Cru, totalmente de Chassagne, é o “Criots-Bâtard-Montrachet” que, com seus 1,57 hectares, divididos entre uma dezena de proprietários, produz, anualmente, cerca de 8.000 garrafas de vinho (60 hectolitros).

Quando a estrada, já em Chassagne, encontra uma pequena descida, terminam as vinhas de “Montrachet” e “Bâtard-Montrachet”

Bem no início da descida, mais duas joias raras da região.

Apenas um muro separa o “Bâtard-Montrachet” do Criots-Bâtard-Montrachet e uma minúscula estrada divide o “Montrachet” do ótimo Premier Cru “Blanchot Dessus”.
 

É bom lembrar que a estradinha entre o “Blanchot Dessus” e “Montrachet” é a mesma que conduz a outro estupendo Premier Cru: “Dents de Chien”.

Chassagne, território de grandes brancos.

Há, todavia, uma Chassagne-Montrachet que esqueceu, nos anos 80, o “terroir” e privilegiou o dinheiro, dinheiro que seduziu corações, almas e....vinhas.

Nos anos 80 o mundo “descobriu” e se apaixonou pelos brancos da Borgonha.

  Um belo dia, como sempre acontece, nesses casos, hordas de compradores, negociantes, turistas, importadores etc. desembarcaram na Côte D’Or e compraram todos os brancos que viam pela frente.

Em pouco tempo o preço, dos Chardonnay locais, foi para o espaço.

Pommard, Volnay, Corton (alguns exemplos) foram aldeias que não substituíram as vinhas e continuaram produzindo seus grandes tintos, mas em Chassagne, onde não havia uma legislação específica que determinasse e limitasse as áreas de brancos e tintos, o Chardonnay foi paulatinamente ocupando o espaço antes reservado (há séculos) ao Pinot Noir.

A corrida para produzir brancos foi tão desenfreada que as vinhas de Pinot Noir do território, em pouco mais de 25 anos, passaram de 80%, nos anos 80, para os atuais 48%.

O fato preocupou alguns viticultores que tentaram frear a transformação e sugeriram novas regras.

Foram vencidos pela maioria que soterrou a proposta.

O Pinot Noir lentamente foi   empurrado para as partes mais baixa dos vinhedos e o Chardonnay, por sua vez, ocupou espaços, nem sempre os melhores e adequados às suas características.

Resultado: Chassagne-Montrachet produz grandes brancos, mas com características bastante heterogêneas.

Diversamente de Meursault e Puligny,  não há um “estilo” Chassagne-Montrachet.

 Sempre ótimos vinhos, afinal aqueles 316 hectares são fantásticos, mas os “vignerons” não se importaram nem respeitaram, como deveriam, o “TERROIR”.

Na próxima matéria: Saint Aubin, Jean Claude Bachelet, Criots-Bâtard-Montrachet, Blanchot Dessus.
 
Bacco