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sábado, 30 de novembro de 2013

FENÔMENO II




 

Há que se admitir que a falta de seriedade, qualidade, honestidade e transparência, nas indústrias vinícolas brasileiras, é compensada, com sobras, pela grande capacidade marqueteira de nossos “vinicultores”.

No “polifêmico” mercado nacional quem tem um olho, mesmo com catarata, rapidamente pode se transformar em um ídolo, respeitado, reverenciado, seguido e quase nunca questionado.

Exemplo há aos montes e B&B não precisa lembrar todas as imbecilidades, falsas informações, e sacanagens produzidas pelos (de)formadores de opinião, crítico$, blogueiro$, a$$ociações que apoiam e incentivam, descaradamente os oportunistas que gravitam ao redor do   patético mundo do vinho no Brasil

Informar corretamente?

Nem pensar.

É mais fácil, conveniente e lucrativo concordar, elogiar, promover, sempre.

Nosso mais novo marqueteiro é o cara muito experto, competente e cheio de meias verdades e mentiras inteiras.

 O cara, assim como outro marqueteiro, aquele que adora TORMENTAS e FULVIAS, sabe perfeitamente que há uma grande quantidade de eno-tontos prontos para serem depenados.... prontos e desejosos.

Por que não satisfazê-los, então?

O começo é trabalhoso, mas muito lucrativo é o final.

Nosso mil-caras é um verdadeiro fenômeno.

Ao ser indagado, no Facebook, sobre um vinho francês que ele venderá no Brasil, respondeu:

"Ola Paulo , este vinho é fruto do meu encontro com Bernard Hudelot em 2008 nas hautes cotes de nuits, onde decidi que suas uvas eram e onde estavam espostas com o aquecimento global farão vinhos similares aos de Corton Charlemagne onde temos também um solo de marga branca do Jurasico superior. o Vinho é elaborado com o methodo ancestral e passa por 12 meses em barricas . Uma batonage lenta e depois uma assemblage para constituir 228 litros desse vinho ou seja uma barrica que fica mais 6 meses estagiando .é um vinho que ira abrir seus aromas terciarios apos 20 anos .”

 

Meu comentário:

Bernard Hudelot acha que o futuro da Borgonha será a Haute Côte de Nuits?

Pode até ser, mas quando?

 No ano 2380? 2701? 3010?

Por enquanto e há muitos séculos, a Côte de Beaune e a Côte de Nuits continuam fazendo a festa...

A Haute Côte de Nuits produz alguns bons vinhos, mas sem alcançar a qualidade excelsa (os preços, nem pensar....) dos Grands Crus ou dos Premiers Crus da Côte de Nuits ou da Côte de Beaune.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado no Piemonte quando falamos de vinhos do Roero e Langhe.

O Roero produz bons Nebbiolo, mas Barolo e Barbaresco estão alguns degraus acima.

O cara, que chegou recentemente à Borgonha, vai além: Ele decidiu que, com o aquecimento global, as uvas do Hudelot produzirão vinhos similares ao Corton-Charlemagne.

Ninguém estará vivo, nem ele, para presenciar e confirmar sua decisão, mas nosso herói antecipa o futuro e resolve, no Brasil, cobrar 100 Euro por uma garrafa de Elefante branco.

Grande visão do cara.... Compra o vinho do Hudelot por 6 Euro (custa 12 Euro em qualquer loja) e vende no Brasil, para 300 idiotas por R$ 300.

Uma pequena advertência: O Corton-Charlemagne é um Grand Cru que doa vinhos excepcionais.

Opulentos, mas elegantes e refinados, podem ser tranquilamente comparados aos primos produzidos em outro mítico Grand Cru: Montrachet.

Estive, há quinze dias, na Borgonha e comprei duas garrafas do excepcional Corton-Charlemagne, da “Domaine Chevalier Père et Fils”, por 75 Euro.

Mais algumas bobagens marqueteiras: Passar cera na no gargalo não melhora a conservação nem o vinho.

Os vinhos da Romanée Conti usam a cápsula comum.

A cera é uma tentativa de doar mais nobreza e importância a um vinho não tão exclusivo, assim,

Esperar 20 anos para beber um vinho é uma temeridade quase idiota.

O vinho pode não resistir e oxidar.

O vinho pode aguentar, mas você, se tiver mais de 50 anos….
 

Muito mais fácil é comprar o vinho de velhas safras nas lojas especializadas, restaurantes, enotecas ou seduzir o viticultor que normalmente estoca algumas garrafas, de todas as vindimas.

O resto é conversa para enganar bobocas que fazem fila para comprar um vinho comum por preço estratosférico.


H.C.N. Le Clos du Château 2002 - BLANC - Château de Villars Fontaine Domaine de Montmain
 
Parte superior do formulário
12.60 € TTC
http://www.e-vin-de-france.com/fileadmin/template/gabarit24/interface/FicheProduit/AjouterPanier.jpg
Parte inferior do formulário
E- vin de France.com
Vente en ligne de vins de France, vins de domaine
 


Vinho, safra de 2002, por 12,60 Euro na loja (R$ 38)

No produtor, no máximo 7 Euro (R$ 21)

e você fazendo fila para comprar por R$ 300?

Você merece....


Bacco

 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

MAIS UM FENÔMENO I








vc aceitaria fazer este curso para mim e uns (poucos) amigos? Pagaríamos as duas garrafas de Taittinger com o maior prazer!! Abraços e parabéns pelo blog, a cada dia melhor!!

Recebi o comentário acima, inserido na matéria “OS PROFISSIONAIS”, há alguns dias, mas esqueci em casa meu computador e, durante minha enésima viagem pela Borgonha, não pude responder.

No post, “OS PROFISSIONAIS”, comentava que ao perceber a total ignorância dos vendedores de uma grande revendedora, que nem sabiam pronunciar corretamente o nome dos vinhos da Borgonha, havia proposto uma "aula" sobre a região francesa.

Nada profundo, complexo, apenas algumas pinceladas para livrar os vendedores do ridículo.

Em troca e pelo tempo que perderia (e como....), havia exigido, a título de pagamento, duas garrafas de Champagne.

Foi melhor não responder imediatamente ao post, pois um amigo enviou uma mensagem que servirá como resposta e alertará os caros leitores sobre mais uma picaretagem que se aproxima celeremente dos incautos enófilos brasileiros.

Nelson Rodrigues, nos anos 60, dizia que “Brasileiro Tem Complexo de Vira-Latas”.

Mais de meio século se passou e os enófilos brasileiros continuam mais vira-latas que nunca.

Basta aparecer um espertinho, um cara de pau, um falso expert de vinho com nome estrangeiro (melhor se francês ou italiano), que os critico$, blogueiro$, jornalista$, AB$, A$BAV etc. azeitam a coluna para poder dobrá-la com maior facilidade e desenvoltura.

Um dos últimos espertinhos, que descobriu o Brasil dos eno-tontos, foi o piemontês Enrabachino que, pasmem, já fez escola e despertou a carteira adormecida e sedenta do um acrobático franco (mas não muito) brasileiro: Cara (de pau?).

O Cara é um cara com muitas caras.

Era proprietário de um restaurante na desconhecida e longínqua Ourinhos quando seu meio sangue francês falou mais alto.

 Abandonou as panelas interioranas e as padarias onde ministrava cursos ao descobriu, como anteriormente acontecera com o famoso ex fotógrafo Dani-Elle, que havia dentro “dele”, adormecido, um produtor de vinho (mais um...).

O “chef”, já distante do fogão, abraça as taças e se transforma em um sommelier.

Passo seguinte: Encontrou na vinícola Larentis o parceiro ideal (mais uma semelhança com o ex-fotografo que encontrou vinhas e cachos na Lidio Carraro) e partiu para a produção de vinhos.

Mas o horizonte do cara não podia se limitar apenas nas colinas e vinhas gaúchas; era preciso ir além, muito além.

O cara resolveu, então, conquistar a Borgonha e se mandou com todas suas caretas para Beaune .

Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais....

Cansado, do seu elefante vermelho, o chef, sommelier, guia turístico, “COPONE” (consultor de porra nenhuma), voltou para o Brasil com algumas centenas de garrafas de vinho branco da “Haute Côte de Nuits”.

O nosso chef, sommelier, Copone, guia turístico, produtor e importador de vinhos, “professor” palestrante, etc. etc. etc. etc. etc. etc. lacrou pessoalmente as preciosíssimas garrafas e as está vendendo por módicos R$ 300.

 Nas horas vagas o cara ainda tem fôlego para ministrar, Brasil afora, curso de três horas e meia sobre a Borgonha cobrando modestíssimos R$ 350.


UFA!!!!!!!

Antes de terminar a primeira parte, em que analisei a fenomenal versatilidade do cara mais eno-turbinado do Brasil(França?), devo confessar que preciso tirar o chapéu para a incrível cara de pau do nosso mais novo fenômeno que conquistou, pasmem, a Borgonha.


 Leiam o fantástico currículo.





Consultor



RELATIONS BRASIL BOURGOGNE

janeiro de 2010 – Presente (3 anos 11 meses) BEAUNE


Consultor Enogastrônomico Éléphant rouge

Empresa privada; 1-10 funcionários; Setor de Vinhos e destilados

janeiro de 2009 – Presente (4 anos 11 meses) Bourgogne, França


Consultor Château de Villars Fontaine

janeiro de 2009 –Villars Fontaine Bourgogne 
Vinho de longa guarda da Bourgogne


Consultor Enogastronômico Jean Claude Cara
2007 –Beaune
 Amanhã, tem mais.

Dionísio


domingo, 24 de novembro de 2013

GRAND HOTEL DES ILES BORROMEES




O casal que deseja realizar uma viagem romântica, fora da mesmice (Paris, Roma, Veneza...), deveria conhecer o Lago Maggiore.

Todo o lado piemontês do lago é espetacular e as aldeias que o margeiam são verdadeiras joias de rara beleza e charme incomum.

Entre todas as maravilhosas cidadezinhas se destaca Stresa que, com sua “Isola Bella”, é a mais espetacular e romântica.

Já escrevi muitas vezes sobre Stresa, as ilhas que pertencem e emolduram seu território lacustre e, para não ser acusado outra   vez de repetitivo, hoje desejo apenas apresentar o fantástico hotel: Grand Hotel des Iles Borromees”.

O hotel foi inaugurado há 150 e desde então é símbolo de elegância e refinado luxo.

Longe de parecer com as faraônicas construções americanas e árabes, feitas sob medida para novos ricos e que me arrepiam com suas arquiteturas “kitsch”, o Grand Hotel des Iles Borromees impressiona pela elegância, pelo sutil toque “vintage”, que lembra antigos e sofisticados filmes, pela riqueza das obras de arte, e por sua impressionante imponência.

As fotos, que adiciono, ilustram com muita propriedade minha afirmação e dispensam um texto mais longo.

Em sua próxima viagem à Itália conheça e curta o Lago Maggiore, Stresa, Isola Bella e especialmente, o Grand Hotel des Iles Borromees”

Bacco

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

CUSPA SE TIVER CORAGEM


Pedi permissão e Dionísio   autorizou  que eu complementasse a matéria “ROMANINHO CONTINHO”.

Conheço suficientemente bem a Borgonha para afirmar que nenhum de seus vinhos deveria custar R$ 45.000, ou mais, mas sei, também, que há uma multidão de chineses, russos, brasileiros, japoneses, americanos etc. que disputa ferozmente e com os bolsos cheios de Euro, as 4.000 garrafas (um pouco mais ou um pouco menos) do mítico vinho.

Os novos ricos chineses, russos, brasileiros e antes japoneses e americanos, não são exatamente lembrados por seus profundos conhecimentos vinícolas; são mais identificáveis pela necessidade de consumir, quase irracionalmente, o que há de mais caro, raro e ostensivo.

A voracidade consumista dos novos ricos, que fazem questão de ostentar seus dólares e Euro, fez aparecer uma enorme indústria do falso.

Produtos Louis Vuitton, Bulgari, Rolex, Dolce & Gabbana, Hublot, Hermes, Cartier, etc. falsificados e quase sempre “Made in China”, podem ser encontrados e comprados em qualquer esquina de todas as capitais do planeta.

 Uma bolsa original da Louis Vuitton custa aproximadamente 1.000 Euro   é falsificada descaradamente e em quantidades exorbitantes.

Para produzir a bolsa, em grande número, é preciso ter uma indústria, maquinas, mão de obra especializada, logística, rede de distribuição etc. etc.

Imagine, agora, como é fácil falsificar o vinho.

Basta uma garrafa, etiqueta, rolha, cápsula, uma caixa de papelão, um tipografo conivente e.…” Voilà le jeux sont fait”.

Investimento de poucos milhares de Euro, um fundo de quintal, lucro fabulosos, a quase certeza que o comprador final somente abrirá a garrafa muitos anos depois e que não descobrirá a fraude.

Quem tem coragem de cuspir um “Romanée-Conti”?

A quadrilha liderada pelos dois italianos foi descoberta e a notícia percorreu o mundo, mas quantos falsários continuam “vinificando” Romanée-Conti, La Tache, Cheval Blanc, Château Lafite, Petrus etc., por aí e impunemente?

Quantos “artistas” fabricam vinhos antigos nos fundos de quintal e os espalham mundo afora?

Há garrafa de Romanée-Conti demais.

É possível encontrar o caríssimo vinho da Côte D’Or em milhares de enotecas, adegas, restaurantes…São muitas garrafas para tão pouca produção.

Acredito que a esmagadora maioria de Romanée-Conti que repousa nas ricas adegas dos novos ricos seja mais falsa que promessa de político.

Fica, todavia, uma consolação:

Ninguém, que beber o “ROMANINHO-CONTI”, vai torcer o nariz, cuspi-lo e deixar o novo rico com cara de bunda

Bacco
 
 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ROMANINHO-CONTI


 

No mês que passou foi desmantelada uma quadrilha franco-italiana que falsificava as mais prestigiosas garrafas da Romanée-Conti.

Quinze pessoas foram indiciadas (duas estão presas) pela operação denominada “Bollicine” que iniciou em dezembro de 2012 e terminou em 16 de outubro do corrente.

Para que se tenha uma ideia do tamanho da falcatrua e da quantidade de novos ricos idiotas que perambulam, como zumbis,no mundo das etiquetas caras, mas que não entendem nada de vinho, informo que, somente no Reino Unido, 7.000 garrafas de “Romaninho-Conti” repousam nas adegas dos bobões ingleses.

O Romanée-Conti começou sua corrida para a fama em 1780 quando o arcebispo de Paris, um grande entendedor de vinhos, o classificou: “Aveludado e Acetinado”.

Hoje o vinho da Côte D’Or, não é mais uma simples garrafa, mas um símbolo de status para os que, rapidamente, conseguiram grandes fortunas (novos ricos e velhos idiotas).

Os trambiqueiros sabem perfeitamente que as preciosas garrafas, que chegam a custar até 55.000 reais, permanecem guardadas durante longos anos nas adegas, como se fossem lingotes de ouro, mais para causar admiração do que para serem consumidas.

É preciso salientar, também, que poucos tem paladar treinado para reconhecer, com segurança, se o Pinot Noir que há nas garrafas é realmente produzido pela Romanée-Conti ou por outro viticultor da região que vende seu vinho por preços infinitamente mais barato.

Um dos poucos, no Brasil, que possui esse conhecimento é o Maluf.

Maluf, guarda em sua adega, também conhecida por “Espraiadas-Conti”, uma das maiores coleções de Romanée-Conti do planeta.

Eu acho que quem gasta R$ 45.000, por uma garrafa de vinho, merece ser “erabachinado”,

O “Romaninho-Malufado” foi distribuído nos Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra, Suíça, Rússia, Alemanha, Japão e Holanda garantindo, assim, o Paraguai como porto seguro (rarararararara).

Quem acompanha B&B, desde seu início, sabe que nunca tivemos papas na língua para acusar quem faz da picaretagem sua norma comercial.

Certa vez informamos que a DESSILANI, vinícola de grande prestígio, que produzia, entre outros, o ótimo “FARA CARAMINO” fora fechada pela polícia italiana.

Os picaretas do norte do Piemonte haviam espalhados pelos países nórdicos 7 milhões de garrafas de Amarone falsificado.

Os vivaldinos engarrafavam um medíocre vinhos francês e o vendiam como sendo originário da prestigiosa DOCG do Veneto.

Pois bem, Enzio e Nicola Lucca (pai e filho) que falsificaram o Amarone, na Dessilani, subiram o nível e picaretaram o Romanée-Conti.

Estão em cana!

Dionísio

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

LIMONCELLO AZEDO



 

O dia da semana que mais temo é sexta feira.

Há anos, sempre às sextas,   Bacco, Dionísio ,eu e eventualmente alguns amigos, costumamos almoçar nos restaurantes da nossa capital.

A escolha recai quase sempre sobre Gero, Piantella ou Antiquarius que são, unanimemente, considerados os melhores da cidade (o “Da Rosario” foi excluído do nosso roteiro desde o dia em que cobraram de Bacco R$ 9,00 por três fatias de pão).

Meu pavor alcança níveis altíssimos quando a nossa jurássica Liana Sabo anuncia, em sua coluna “Favas (mal) Contadas”, justamente às sextas feira, a abertura de mais um restaurante em nossa cidade.

Todos os restaurantes, que abriram suas portas nos últimos 10 anos e que nos criticamos negativamente, tiveram trágico fim: Trocaram proprietários, nomes, cozinha etc. ou fecharam os batentes.

Exagero?

Cadê, só para citar alguns, I Maestri, L’Altra Toscana, Zuu, Cielo, Viene Qua, Alice, Família Capelli e outra meia dúzia que agora não recordo?


Todos foram, merecidamente, para o espaço quando incorreram no mesmo erro: Muita decoração, muita pretensão e nenhuma cozinha.

Nossa Marcia de Windsor das panelas candangas na apresentação do ‘LIMONCELLO”, último rebento da gastronomia brasiliense, comenta e revela a filosofia da casa.

A leitura deixa transparece, nitidamente, a falta de profissionalismo do casal e aponta, desde já, que o novo local não emplacará 2015.

Os erros de sempre se repetem e se multiplicam sem que ninguém ajude os empresários com uma crítica construtiva e, ao mesmo tempo, ácida.

Lá vai, então, a minha “ácida” colaboração: Não basta ter sido caixa do “Orvieto” há 20 anos e muito menos ter “…participado de workshops com chefes de sua predileção, como Roberta Sudbrack e Luciano Boseggia” para tocar um restaurante.

A primeira bobagem aparece no cardápio:

 “... despontam pratos típicos de regiões turísticas, como Cinque Terre e Costa Amalfitana”.

Nossos jovens restaurateurs desconhecem totalmente a gastronomia italiana e que as cozinhas, das duas localidades, são totalmente diferentes e distantes uma da outra: Ligúria e Campânia não condividem os mesmos molhos.

Erros ridículos e primários inclusive de grafia:

1)       Risoto (o risoto perde, como de costume, um” T” mas para compensar o Barollo, na carta de vinhos, ganha um “L”) de polvo grelhado.

2)           Bacalhau assado ao forno com batatas- ovo de codorna, cebola alho e lagosta com risoto (outra vez…) de abobora e queijo brie,

Nenhum dos dois pratos faz parte da culinária das Cinque Terre e muito menos a da Costa Amalfitana.

Corrigindo e alertando: Risotto é um prato típicos das cozinhas do norte da Itália (Piemonte, Lombardia, Veneto).

Brie é um queijo francês e os cozinheiros lígures e campanos nem sabem que existe.

Será que o bacalhau abandonou Lisboa e se mudou com as batatas assadas para Vernazza ou Amalfi?

Ridículo......

3)       Medalhão grelhado envolto em presunto de Parma com molho de vinho do Porto e mel acompanhado de risoto (again...) parmesão

 

4)       Suave polenta ao molho de linguiça toscana...

 

Cinque Terre e Costa Amalfitana servindo polenta com linguiça toscana e medalhão com presunto de Parma?

A cozinheira precisa urgentemente estudar geografia e gastronomia: Nenhum prato do menu pertence à tradição culinária das regiões mencionadas.

Chegou a hora de escolhermos os pratos.

Mais tragédias anunciadas!

O Steack au Poivre (prato típico de Positano.... Rsrsrsrsrs) sem pimenta, adocicado, péssimo

A minha memória não encontrou nem lembrou de nenhum pior: O steack ao poivre do “LIMONCELLO” é um insulto à receita.

O risotto, que acompanhava o medalhão (frio), já estava pronto desde às 8 da manhã e parecia reboco de parede.

A cozinha do “LIMONCELLO” é primária, ridícula.

O serviço, como sempre, lastimável.

O garçom, sem que ninguém pedisse, foi colocado na mesa o couvert.

Dionísio, desconfiado como sempre, quis saber o preço daquele monte de pão

“Vinte e um reais”, informou o garçom.

O couvert retornou para a cozinha….

Pedimos água com gás.

  Outro garçom, atendendo meu pedido, trouxe uma garrafa.

 No escurinho da sala o esperto funcionário, sem cerimônia nem pudor, abriu ½ garrafa de San Pellegrino.

Quando percebi a “sacanagem” (sim, é pura sacanagem...) quis saber o preço.

O funcionário, sem jeito, quase se desculpando, informou que a água, do santo italiano, custava, módicos, R$ 15.

Pequena conta: Se não tivéssemos devolvido o couvert e a água San Pellegrino, o almoço, antes de começar, já somaria R$ 36+3,60(10%)= R$ 39,60.

Os proprietários instruem os funcionários para depenar, sem dó nem piedade os clientes como se fossem um bando de otários.

O “LIMONCELLO”, quando deixar de ser novidade e mais novo “point” da turma do Instagram e Facebook, iniciará sua lenta, mas inexorável descida para a vala comum onde repousam Maestri, Alice, Cielo, Zuu......
 Bocca